MEDIÇÕES QUE DIRECIONAM A PERFORMANCE PARA AJUDAR A RETOMADA

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Há cerca de 30 anos atrás, durante o ano de 1990, o instituto de pesquisas da KPMG, uma das 4 big four atuais de auditoria, desenvolveu estudos com várias empresas para identificar e aprimorar os métodos gerenciais de avaliação da performance de forma a possibilitar a obtenção de melhores resultados e acima de tudo visando sua continuidade futura, no cenário de constante transformação que já se apresentava naquele momento.

David Norton que era executivo principal do Instituto foi o líder do estudo e para fazer parte desse projeto como consultor acadêmico eles chamaram o professor Robert Kaplan da universidade Harvard.

Sem entrar nos detalhes e fases desse estudo, que envolveu executivos de diversas empresas, importa ressaltar que eles concluíram e desenvolveram o Balanced Scorecard ou, trazendo para nosso idioma os Indicadores Equilibrados.

A conclusão foi originada do fato de que o uso quase exclusivo de indicadores financeiros, tais como o lucro sobre vendas, lucro por ação, o retorno sobre o investimento, não possibilitavam atingir os objetivos estratégicos das empresas, que não eram exclusivamente financeiros.

Dessa forma foi desenvolvido um conjunto de indicadores mais variados, abrangendo diferentes aspectos do negócio que se constituíram inicialmente em uma ferramenta de medição da performance.

De acordo com os estudos foram definidos 4 aspectos fundamentais para a medição:

  1. Perspectiva do cliente
  2. Perspectiva de processos internos
  3. Perspectiva de aprendizado e crescimento
  4. Perspectiva financeira

A perspectiva do cliente diz respeito a utilização de indicadores  tanto da satisfação do cliente pelo uso dos produtos ou serviços oferecidos pela empresa como de tendências futuras que venham impactar os hábitos e formas de consumo em geral tendo a ver, portanto, com a capacidade de continuar gerando negócios ao longo do tempo.

A perspectiva de processos internos diz respeito a forma como a empresa se organiza e realiza suas atividades, minimizando custos que não agregam valor ao cliente, fazendo utilização de novas tecnologias, mantendo sistemas de controle interno seguros e observando o compliance interno e externo.

A perspectiva de aprendizado e crescimento diz respeito ao contínuo aprimoramento do conhecimento e da cultura do capital humano da empresa, já que numa certa medida, apesar de toda tecnologia e automatização, ainda se utilizam pessoas para a execução dos trabalhos. Pessoas qualificadas e engajadas atuando nos processos são fundamentais para a melhor produtividade e performance.

A perspectiva financeira diz respeito aos indicadores financeiros tanto os mais tradicionais quanto aqueles que sejam possíveis desenvolver de forma a obter medições de desempenho dentro da área operacional. 

A estruturação interna em centros de resultados, centros de custos, atividades departamentais e custeio de produtos e serviços possibilitam a criação de indicadores para gerenciar as atividades obtendo o melhor desempenho.

Outros aspectos do negócio que sejam considerados relevantes podem ser utilizados para a criação de indicadores de gestão.

Mais adiante no tempo o estudo evoluiu para transformar-se de uma ferramenta de gestão em um sistema de gestão quando construiu-se a relação dos indicadores equilibrados de gestão com os objetivos gerais e estratégia global das empresas.

Agora que estamos retomando as atividades econômicas e que as empresas irão enfrentar o desafio de desenvolver gradativamente seus negócios, acredito que é uma boa hora para a utilização deste sistema de gestão, que pode ser adotado de forma objetiva principalmente para as pequenas e médias empresas. 

Sua sobrevivência pode estar associada muito fortemente aos controles gerenciais e não somente a obtenção de receitas, que mesmo sendo relevantes podem ser desperdiçadas dentro dos processos internos.

Luiz Carlos Rosano
Pantheon Auditoria